quarta-feira, fevereiro 16, 2011

Um olhar sobre a Rua e a Praça nos dias de hoje...

 A Rua
 As ruas sempre foram um espaço associado á cidade. Ao longo do tempo permaneceram como extensão do espaço privado não ocupando uma função específica. O forte processo de urbanização que se fez sentir sobretudo a partir do século XIX colocou os habitantes da cidade perante novos problemas que exigiam novas respostas. Os elevados níveis de densidade populacional num espaço físico deficientemente estruturado provocavam uma desordem quotidiana nos mais diversos aspectos.
 Uma das principais mudanças transformou o conceito funcional de rua. Aspectos como práticas comerciais, sociabilidades ou o simples “estar na rua” passaram a ser cada vez menos tolerados. A rua transformou-se progressivamente num espaço para circular. Era esta a sua função na cidade moderna. 
Hoje em dia as ruas servem como espaço de passagem onde o direito de ir e vir é plenamente realizado.

A Praça
 Do ponto de vista humano, a praça conta com gente de todas as idades; mães; avós; profissionais no intervalo do trabalho; desempregados; estudantes; artistas; negros e brancos; mendigos; pessoas bem de vida; pessoas com sorte ou sem sorte; namorados; enfim, todo o tipo de pessoas. E é justamente por toda essa diversidade humanística dentro de uma pequena porção de área da cidade que este espaço torna-se tão especial.
 Estar na praça é irrecusavelmente estar com o outro, seja ele quem ou como for. É expor-se para uma série de experiências que valorizam e significam o que é viver numa grande cidade. Algo que, historicamente, é comprovado, pois a praça já foi palco de grandes decisões políticas, religiosas, artísticas e dialécticas.
 A praça, portanto, enquanto espaço público, justifica, simbolicamente, o direito à cidade, ao ser cidadão, à diferença, à experiência de e com a cidade.
Um espaço que é de todos, para todos e que, portanto, tem de ser feito por todos.



É esta a ideia que tento recriar no vídeo apresentado. A sequência de fotografias que desenha as ruas, mostra como estas são vividas nos dias de hoje, sempre a correr com o intuito de ir ou vir para algum lado, sem conseguirmos perceber muito bem o que ali se passa.
A praça como espaço aberto no meio urbano é onde as pessoas passam, param e olham à volta (tal como no vídeo), trocam conversas, é o lugar intencional do encontro, da permanência, dos acontecimentos, de práticas sociais, de manifestações de vida urbana e comunitária e de prestígio e, consequentemente, de funções estruturantes e arquitecturas significativas.




Mónica Alves

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